terça-feira, 23 de novembro de 2010

Eu faço!

Esta angústia só se resolverá, um dia, quando unirmos as mãos e exigirmos uma verdadeira ruptura com esta política direita que há tanto tempo atormenta o povo português.

Contrariamente à opinião de alguns, não concordo que a Greve Geral seja um erro. Pelo contrário. Julgo que a mesma tem um sentido de justiça e de estratégia muito oportuno. É o timing exacto. Para mim, não aderir à greve, é dar razão a quem nos governa.

Arrepiei-me hoje ao ouvir o sociólogo Machado Soares no programa o “Estado da Região”. Respeito a sua posição, mas não podia estar mais em desacordo. Os argumentos usados e as dúvidas levantadas, na minha opinião de jovem trabalhador, não mais revelaram que um sentimento derrotista e falacioso. Argumentos como “(…) é menos um dia de salário (…)”, desculpem-me a franqueza, não é argumento. É um virar de costas às lutas e às conquistas de gerações, como a dos meus pais, que tanto sofreram, para que eu pudesse exercer o meu direito à indignação, à revolta, que mais não é o direito à greve. Estas gerações, que tanto lutaram pela nossa liberdade, pela nossa democracia, pela nossa Constituição, merecem muito mais respeito que uma simples justificação “(…) é menos um dia de salário”. E os portugueses, que verão o seu salário reduzido nos próximos 365 dias? Será que um dia de luta substitui um ano de vida de trabalho? Será que os Portugueses não têm razões suficientes para não aderirem a greve quando já se pondera a eliminação deste direito básico consagrado na nossa constituição portuguesa como também o despedimento JUSTA CAUSA?

Eu, enquanto jovem, enquanto trabalhador, enquanto cidadão, farei GREVE.
Luto para que a cada posto de trabalho permanente corresponda um vínculo de trabalho efectivo! Luto por emprego com direitos! Luto por aumentos reais dos salários! Luto por 25€ de aumento mínimo para todos os trabalhadores. Luto pela actualização do salário mínimo Nacional para 500€ a partir de Janeiro de 2011! Luto por horários dignos, que permitam uma vida laboral com saúde e faço Greve porque sou contra a redução salarial e a diminuição do poder de compra! O lucro que dou ao meu patrão faz com que ele precise de mim todos os dias! Não são razões suficientes ou acreditas no Pai Natal?

Fernando Decq Motta

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